Ah, Veneza...só de pensar e relembrar bons momentos que vivemos por lá, chego a suspirar. Há mais de 1000 anos sobre as águas do Mar Adriático, a cidade transborda romantismo e personalidade.
Passeio de gôndola, ruelas tomadas pelas águas, arquitetura histórica, o murano e as famosas máscaras venezianas fazem de Veneza uma cidade única e inesquecível. Estivemos lá no início de outubro. Já era outono e, ao contrário do que algumas pessoas dizem, não havia mau cheiro. No verão, o odor desagradável sobe como consequência do calor e, por isso, não indico esse período para quem quiser visitar a cidade.
Após o voo pela British Airways, originado de Londres, desembarcarmos no aeroporto Marco Polo, em Mestre, região pertencente a Veneza. Para chegar ao centro histórico, é preciso pegar o ônibus aquático, conhecido como vaporetto, da empresa Alilaguna.
Vaporetto |
Pelo caminho... |
Partimos do embarcadouro. Turistas e venezianos seriam nossos companheiros por uma hora. A vista para o Campanário da Basílica de São Marcos, juntamente com o verde das águas, era magnífica, mostrando que Veneza estava a pouquíssimas milhas. Em instantes chegaríamos em San Zaccaria, parada próxima ao nosso hotel.
Ao fundo, o lindo Campanário |
Após a descida, quando pisei naquela cidade cheia de mistérios e belezas, comprovei que estava em um dos destinos mais românticos e requisitados da Europa. Estar ali foi como entrar em uma história de filme e tornar-se personagem daquele mundo de fantasias.
Carregadores de bagagem à vista! Vários aproximam-se de você. Se não fosse por eles, sairia pelas ruas de Veneza, arrastando minhas malas. Portanto, vale a pena pagar pelo serviço.
Hospedamos no hotel Locanda al Leon. A localização não poderia ser melhor, a pouquíssimos passos da Piazza San Marco. Tem funcionários simpáticos e quartos em estilo veneziano, com móveis em detalhes dourados.
Pelas ruas de Veneza |
Estava ansiosa pela atração mais famosa e apaixonante: o passeio de gôndola. Uma infinidade das embarcações encontrava-se ali, quase em frente à Ponte dos Suspiros. Por 80 euros, passei a tarde mais romântica da minha vida. O gondoleiro, vestido com sua típica roupa em preto e branco, perguntou se queríamos alta, média ou baixa velocidade. E, por acaso, quem faz um passeio desses tem pressa? Nem precisava perguntar...
Quase toda a Itália estava em obras, inclusive Veneza. A Ponte dos Suspiros ou "Ponte dei Sospiri" era uma das maravilhas venezianas que passavam por reforma. Para a cidade conseguir arrecadar fundos para a conclusão das obras, enormes painéis publicitários tornaram-se complemento da arquitetura dos prédios históricos. Uma pena. Hoje, a reforma foi concluída, de acordo com matéria e fotos publicadas no site http://www.comune.venezia.it.
A Ponte é uma das construções mais fotografadas de Veneza. A estrutura barroca é do século XVII e não tem um histórico romântico, como muitos pensam. Antigamente, os condenados passavam por ali e suspiravam de tristeza por ser a última visão que teriam do lado de fora da prisão. Curioso é que segundo a lenda, quando um casal dá um beijo ao passar por debaixo da ponte, o amor deles será eterno.
Ponte dos Suspiros |
O passeio de gôndola torna-se um verdadeiro espetáculo para quem observa |
Arquitetura histórica |
Fim (ou início) de um dos passeios mais famosos e inesquecíveis do mundo. |
Rumo à Piazza San Marco ou Praça de São Marcos, chamada de "o salão mais belo da Europa" e cercada de cafés. É ali que estão as mais marcantes construções venezianas, como o Palazzo Ducale, a Basílica de San Marco e o Campanário. Turistas e pombos são os principais visitantes. Algumas barraquinhas instalaram-se por ali, para a venda de souvenirs, como máscaras venezianas, bolsas e imãs.
Eu e os pombos |
Hora de conhecermos mais uma construção histórica de Veneza: o Palazzo Ducale, conhecido também como Palácio do Doge, localizado na Praça de São Marcos. Na história, Doge significava dirigente máximo da República de Veneza e o prédio era sua sede. É um lugar simbólico, onde o visitante faz um passeio especial guiado para descobrir a história e a cultura veneziana, além de admirar obras de grandes mestres como Ticiano, Veronese, Tiepolo e Tintoretto.
No início do século XVII, as Prigioni Nuove (Prisões Novas) ligaram-se ao palácio através da Ponte dos Suspiros. O objetivo era o percurso de um prédio ao outro. Os condenados eram levados do palácio, que era sede dos tribunais, para as prisões.
Ao lado do palácio, encontramos a Basílica de São Marcos, a mais famosa igreja veneziana. De arquitetura bizantina, a Basílica é um monumento de grande riqueza histórica, traduzida em seu interior de detalhes que contam a vida de São Marcos. Que tal uma visita em 3D? Acesse aqui.
Logo em frente à Basílica, encontramos o Campanário, outro marco histórico da cidade. Construída no séc. IX e reconstruída após seu desmoronamento em 1902, a torre possui quase 100 metros de altura.
Campanário da Basílica de São Marcos. |
Ainda na Praça de São Marcos, podemos ver a Torre do Relógio e prédios como o da Velha Procuradoria, onde charmosos cafés ocupam o primeiro piso. A Torre abriga um belo relógio de mármore, esmalte e ouro, que mostra as horas do dia em algarismos romanos, as estações do ano, as fases da lua e cinco planetas (Saturno, Júpiter, Marte, Vênus e Mercúrio). No topo da torre, as horas são marcadas por duas estátuas em bronze, que batem no sino.
Torre do Relógio, também conhecida como Torre dos Mouros. |
Prédio da Velha Procuradoria. Abaixo, os charmosos cafés. |
A gastronomia da região do Vêneto tem frutos do mar como uma das especialidades. Nos arredores do hotel Locanda al Leon, encontramos uma vitrine chamativa e irresistível:
Mas como Veneza foi a primeira cidade italiana onde pisamos, não dispensamos a massa, que também pode vir acompanhada de frutos do mar. Nesse dia, escolhemos o fettuccine do restaurante Al Theatro, acompanhado do legítimo e tão sonhado funghi porcini. Mas não indicaria este restaurante para quem quiser um bom e legítimo jantar italiano. Achei a comida meio sem tempero e o atendimento razoável.
A torta al cioccolato e, na volta para o hotel, a parada em um dos cafés da Praça de São Marcos para ouvir uma orquestra caíram muito bem e fecharam aquela noite mais que romântica!
Orquestra de alto nível tocando em café da Praça de São Marcos. Só mesmo na Europa.... |
No dia seguinte, fomos conhecer a Ponte de Rialto, uma das quatro pontes sobre o Grande Canal (maior via aquática de tráfego de Veneza). É ali que a venda de frutas, legumes e peixes é disputada no Mercado de Rialto, que fica sempre cheio, no período da manhã (07:30hs às 13:30hs), por centenas de venezianos e turistas. Para chegar até lá, a estação mais próxima é a "Rialto-Mercato" (linea 1).
Ao fundo, a Ponte de Rialto. |
Em algum lugar de Veneza... |
Você deve estar se perguntando: e o murano? Assim como as máscaras, o murano é objeto de desejo de todo turista que vai a Veneza. As peças desse vidro, fabricadas na ilha de mesmo nome, a 15 minutos de Veneza, são vendidas em lojas espalhadas por todos os lugares. Para quem não teve oportunidade, como eu, de ver o processo de fabricação, pelo menos entre nas lojas e conheça bijuterias e artigos de decoração fabricados com o material.
Bom, o papel de personagens daquele filme real finalizou por ali. Fomos embora de Veneza mais românticos do que nunca, com a certeza de que esta foi uma experiência inesquecível.
Até a próxima!
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