Ao chegar no Brasil após cinco meses morando em Londres, na Inglaterra, a estudante de 21 anos optou por pegar um voo da empresa aérea TAM para fazer a conexão São Paulo para o Aeroporto Internacional Luis Eduardo Magalhães em Salvador. No desembarque descobriu que uma das duas malas que trouxe sumiu. “A vermelha está aqui. Já a preta, mais fácil de pegarem, não está aqui. Depois de passar um tempo fora chego e acontece isso comigo. Perdi muita coisa. Havia eletrônicos na mala”, reclama a jovem que prefere não se identificar.
Ela foi mais uma vítima da ação de quadrilhas que se especializaram em furtar bagagens nas esteiras que ficam na área de desembarque do aeroporto de Salvador. Nesse período do ano, quando há maior fluxo de viagens, os bandidos aproveitam o grande volume de passageiros para agir.
No dia 16, o autônomo Cícero Luís Santos Filho, 24, foi preso em flagrante em Salvador. O baiano de Alagoinhas partiu de São Paulo, também pela TAM, e tentou pegar a mala de um passageiro na esteira da Gol quando a vítima viu e acionou a Infraero.
“Geralmente são homens que compram bilhetes baratos e viajam com apenas uma mochila. Eles sentam nas primeiras cadeiras do avião para, assim que pousar, serem os primeiros a pegar as malas”, explica o coordenador da polícia civil no Aeroporto Internacional Luis Eduardo Magalhães, Paulo Roberto de Araújo.
Ação
Os bandidos preferem as malas pretas e sem marcação, pois são mais difíceis de serem identificadas pelo dono, mas não descartam as mais coloridas. “Tudo depende do tempo que eles têm. Eles precisam agir rapidamente. Eles pegam bagagens na esteira do voo que estavam, como de outras companhias. Vale o que estiver à disposição primeiro”, completa.
O “lucro” da ação não é garantido. A mala pode ter apenas roupas ou estar recheada de eletrônicos e outros produtos. A polícia só descobriu esse tipo de crime em 2010 com a prisão de duas pessoas. “Esses homens viajavam constantemente pela empresa Azul e identificamos junto com a empresa aérea que toda vez que viajavam acontecia um furto de malas onde iam. Um dia eles pegaram um táxi e conseguimos descobrir o destino. Eles foram presos”, diz.
Atenção
Mas essa não é a única forma de sair lesado do aeroporto. Se é difícil confiar em quem viaja ao lado, a desconfiança também deve existir quando se trata dos funcionários das companhias. O furto de objetos dentro de malas após o check in está no topo das estatísticas do terminal.
Somente em novembro foram registrados 19 furtos contra 8 extravios de malas. “Só podem ser funcionários diretos das companhias ou das empresas terceirizadas que trabalham para elas no transporte das bagagens para a aeronave. Mas é muito difícil identificar quem furtou a mercadoria. A ação pode ter sido executada aqui ou no estado de origem do visitante”, ressalta Araújo.
Para passar uma semana em Salvador e festejar o Natal, o professor de inglês José Carlos Teixeira, 62, achou que identificar a mala com o ticket da companhia aérea e fechá-la com um cadeado fosse suficiente para garantir a segurança dos seus pertences. Ledo engano. “Assim que tirei a mala da esteira vi que o cadeado tinha sumido. O cinto que amarrava a mala estava folgado. Felizmente não tem nada de grande valor. Apenas roupas e sapatos”, narra.
O professor diz que não plastificou a bagagem porque era um voo curto e não imaginou que funcionários pudessem furtar os clientes. “A gente não viaja na expectativa de ser roubado”.
Prejuízo
A comerciante Mara Rezende Silva, 40, estava embarcando de avião pela primeira vez e, perplexa com o relato de Teixeira, se deu conta que não fechou a mala com cadeado ou qualquer outra proteção. “Quer dizer que tem gente lá dentro que pode abrir minha mala? Ai meu Deus! Bom, só vão levar minhas calcinhas. Vendo lingerie”.
Já fora da área de embarque e desembarque o alvo são os aparelhos eletrônicos. “Os tablets são os mais visados, mas eles roubam tudo que estiver ao alcance. Agem em dupla ou mais. Enquanto um distrai o passageiro perguntando alguma informação, outro leva a mercadoria”, explica o superintendente do aeroporto, Manoel Henrique Cardoso.
Falta de fiscalização facilita furtos, admite Infraero
Para a alta estação, de novembro a março, a expectativa da Infraero é que o aeroporto de Salvador tenha um fluxo de 3,5 milhões de passageiros. Para esse período, o superintendente do Aeroporto, Manoel Henrique Cardoso, diz que o setor de segurança é reforçado. “Temos 120 vigilantes divididos em quatro turnos e todo o aeroporto é vigiado por câmeras. Nossos agentes de monitoramento são preparados para identificar comportamentos atípicos no terminal”, afirma.
Para ele, o problema do extravio e furto de bagagens na área de desembarque é facilitado pela falta de fiscalização das companhias aéreas. “Elas deveriam conferir o ticket do passageiro e a mala que ele retirou da esteira. Um procedimento simples que evitaria a ação dessas quadrilhas”, opina.
O coordenador da polícia civil Paulo Roberto de Araújo acha que a falta de rigor da saída é uma forma das empresas economizarem. “Não querem ter um custo a mais colocando um funcionário para fazer esse trabalho. Além disso, a indenização por perda de bagagem é um valor irrisório para elas”.
De acordo com a assessoria de comunicação da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), as companhias aéreas não são obrigadas a conferir a bagagem na saída do passageiro, mas são responsáveis por tudo o que acontece com a mercadoria transportada. O Código Brasileiro de Aeronáutica prevê a indenização por dano ou perda de bagagem em torno de R$ 5,7 mil por quilo de material perdido.
Cardoso orienta que em caso de roubo ou perda no terminal o passageiro deve procurar o balcão da Infraero. Mas, se estiver dentro da área de desembarque, é necessário fazer a queixa na companhia aérea. Para qualquer tramitação legal, o passageiro deve guardar o canhoto da bagagem e procurar Juizados de Defesa do Consumidor.
Para ele, o problema do extravio e furto de bagagens na área de desembarque é facilitado pela falta de fiscalização das companhias aéreas. “Elas deveriam conferir o ticket do passageiro e a mala que ele retirou da esteira. Um procedimento simples que evitaria a ação dessas quadrilhas”, opina.
O coordenador da polícia civil Paulo Roberto de Araújo acha que a falta de rigor da saída é uma forma das empresas economizarem. “Não querem ter um custo a mais colocando um funcionário para fazer esse trabalho. Além disso, a indenização por perda de bagagem é um valor irrisório para elas”.
De acordo com a assessoria de comunicação da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), as companhias aéreas não são obrigadas a conferir a bagagem na saída do passageiro, mas são responsáveis por tudo o que acontece com a mercadoria transportada. O Código Brasileiro de Aeronáutica prevê a indenização por dano ou perda de bagagem em torno de R$ 5,7 mil por quilo de material perdido.
Cardoso orienta que em caso de roubo ou perda no terminal o passageiro deve procurar o balcão da Infraero. Mas, se estiver dentro da área de desembarque, é necessário fazer a queixa na companhia aérea. Para qualquer tramitação legal, o passageiro deve guardar o canhoto da bagagem e procurar Juizados de Defesa do Consumidor.
TAM lidera número de furtos e extravios de malas
A TAM é listada pela Infraero como a companhia com os maiores índices de furto e extravio de malas, além de furtos de objetos das bagagens no aeroporto de Salvador. A Gol vem logo em seguida nas estatísticas da Polícia Civil. “São empresas com maior número de voos, mais passageiros”, diz o coordenador da polícia civil no aeroporto, Paulo Roberto Araújo.
Em nota, a TAM afirma que atende o prazo legal para indenização de 30 dias e para os casos de bagagem extraviada tem 30 dias para realizar as buscas. Sobre os objetos furtados, a empresa explica que sempre recomenda aos passageiros que levem objetos de valor na bagagem de mão. A GOL informa também, em nota, que orienta os clientes a conferir a etiqueta de identificação e a condição das bagagens antes de deixar a sala de desembarque e que a mala é de responsabilidade da companhia até o momento da saída do cliente da área de desembarque.
Segundo a polícia, a empresa Azul Linhas Aéreas foi a única que conseguiu acabar com as ocorrências de furtos. “Colocamos um funcionário da companhia no local do desembarque para checar os bilhetes e as bagagens”, diz a gerente da Azul, Luciana Costa.
Fonte: http://www.correio24horas.com.br
Em nota, a TAM afirma que atende o prazo legal para indenização de 30 dias e para os casos de bagagem extraviada tem 30 dias para realizar as buscas. Sobre os objetos furtados, a empresa explica que sempre recomenda aos passageiros que levem objetos de valor na bagagem de mão. A GOL informa também, em nota, que orienta os clientes a conferir a etiqueta de identificação e a condição das bagagens antes de deixar a sala de desembarque e que a mala é de responsabilidade da companhia até o momento da saída do cliente da área de desembarque.
Segundo a polícia, a empresa Azul Linhas Aéreas foi a única que conseguiu acabar com as ocorrências de furtos. “Colocamos um funcionário da companhia no local do desembarque para checar os bilhetes e as bagagens”, diz a gerente da Azul, Luciana Costa.
Fonte: http://www.correio24horas.com.br
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