Quando decidimos o destino da nossa lua de mel, a melhor opção para uma viagem menos cansativa até a Ásia seria fazer um stop na Europa. Reservamos as passagens pela Tam (até Frankfurt) e depois pela Lufthansa (até Dubai). Optamos por esticar duas noites na cidade alemã, e confesso que me surpreendi!
As 11 horas de voo foram tranquilas, mas acho que não suportaria mais que esse tempo sem ao menos fazer uma conexão e pisar em terra firme. Com relação a minha avaliação sobre o serviço Tam, digo que foi ótimo, com refeições honestas e bom entretenimento.
Frankfurt é uma cidade moderna, um dos maiores centros financeiros do mundo, e ao mesmo tempo muito charmosa, pois guarda histórias importantes e não deixa de possuir aquela arquitetura única das cidades alemãs. Esta característica é encontrada na cidade antiga, chamada de Altstadt, onde parte de suas construções foi refeita após a destruição gerada pela Segunda Guerra Mundial, como a Römer (antiga prefeitura) e a Alter Oper. Além disso, ao contrário do que muitos pensam, fiquei surpresa com a educação e boa vontade dos alemães.
A melhor região para hospedar é a de Frankfurt am Main, mais especificamente no centro histórico ou próximo a ele. Do aeroporto internacional pegamos o metrô e, poucos minutos depois, descemos na estação Konstablerwache, localizada a apenas um quarteirão do hotel. Escolhemos o
Hotel Best Western Scala pela localização e boa avaliação, além de fazer parte de uma rede mundial, tornando a credibilidade maior.
Na recepção fomos muito bem recebidos por duas simpáticas funcionárias. Check-in rápido e sem frescuras. O quarto, com aspecto de novo e bem cuidado, nos atendeu bem, apesar de um pouco pequeno.
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Vista do quarto |
Encontramos um mimo. Eram balinhas de goma em forma de ovelha. Na verdade, as famosas mesmo são aquelas em formato de ursinho, chamadas de Gummibärchen.
Túlio abriu uma cerveja alemã, obviamente, para comemorar o primeiro dia da nossa tão esperada lua de mel!
Já era noite. Cansaço, fome,
jet lag. Foi quando avistamos da nossa janela uma hamburgueria muito bem apresentável. Hum...ótima ideia! Tudo bem que a primeira noite de uma lua de mel merece AQUELE jantar, mas quer lugar melhor que as Maldivas (um dos próximos destinos) para isso?
Sentamos no Luna Burger, logo em frente ao hotel. Fomos muito bem atendidos e, em poucos minutos, perguntaram de onde éramos. Falamos "Brazil" e logo sorriram.
A-d-o-r-a-m-o-s o farto e saboroso sanduíche. Carne suculenta e macia. Uma delícia! Cada um pediu o Luna Burger Double com molho barbecue.
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Luna Burger |
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Para acompanhar, Túlio pediu uma cervejinha, afinal, estávamos na Alemanha. |
Já eram quase dez da noite. Resolvemos fazer uma caminhada pela região. Estávamos hospedados perto dos pontos turísticos principais e de uma das ruas mais interessantes, a
Zeil, onde estão localizados o shopping
My Zeil, diversas lojas, além de bons restaurantes em forma de container, como o
Spice Kitchen, onde tomei um delicioso "Sex on the bar".
Deu tempo de entramos no shopping que, aliás, era bem moderninho, com um teto de vidro bem diferente.
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My Zeil |
Stop no charmoso Spice Kitchen, a poucos passos.
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Spice Kitchen |
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"Sex on the bar" para fechar a noite e dormir como um anjo... |
Acordamos relativamente cedo no dia seguinte. Queríamos conhecer ao máximo a cidade, pois era o único dia inteiro que teríamos.
Café-da-manhã básico e ao mesmo tempo chique comparando com hotéis do Brasil, afinal, queijo brie, camembert, sashimi e croissant não é pra qualquer um. Se tiver salsichas alemãs, menos provável ainda.
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Geleias de vários sabores |
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Até o mel tinha sabores |
O dia que nunca terminou:
Pernas para que te quero. Nada de clima lua de mel, pelo menos em Frankfurt. Queríamos mesmo era conhecer um pouquinho da cultura alemã e aproveitar cada minuto na cidade.
Hora de caminhada. Partimos do hotel em direção ao
Museu de Arte Moderna, construção em formato triangular onde estão guardadas obras de representantes da arte moderna, desde 1960.
Logo ali pertinho conhecemos a impressionante
Catedral de São Bartolomeu (Karserdom), construída em estilo gótico entre os séculos XIV e XV. É nesta Catedral que os reis do Sacro Império Romano eram eleitos e, entre 1562 e 1792, eram realizadas coroações imperiais. Ao lado do monumento, o jardim histórico abriga peças antigas.
Atrás da catedral encontramos o
Caricatura Museum, de arte em quadrinhos, pertencente ao conjunto de museus
Museumsufer (Margem dos Museus), um dos mais importantes complexos culturais da Alemanha.
Seguindo a rua, vamos ao encontro do Rio Meno. Do outro lado da margem avistamos a evangélica Igreja da Epifania (Dreikonigskirche).
Mais um pouco de caminhada ao longo da margem do rio e encontramos a medieval e tão esperada
Praça Römerberg.
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Margem do Rio Meno |
Parecia que estávamos dentro de uma maquete. A praça, localizada na "cidade velha" (Altstadt) e restaurada após o bombardeio da Segunda Guerra Mundial, é ícone da cidade.
Antigamente era palco de festas, em especial em comemoração à coroação dos imperadores Hoje, a praça é cercada de restaurantes e lojinhas de souvenirs que vendem os tradicionais relógios cuco, imãs, bolsas, camisetas e tudo mais.
Abaixo, o conjunto de seis casas compõem o chamado Ostzeile.
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Ostzeile |
Os três principais edifícios da praça são chamados de Zum Römer, antiga prefeitura.
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Zum Römer |
No centro, podemos ver a Fonte da Justiça, construída em 1543. Dizem que em 1612, em comemoração à coroação de Matias II, ao invés de água, a fonte jorrava vinho.
Foi ali que assistimos a uma original e nada glamourosa recepção de casamento, onde os convidados papeavam enquanto eram servidos de espumante rosé.
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"Recepção" de casamento em plena praça Römerberg |
Atravessando a rua, minha boca salivou quando vi a placa de uma casa de salsinhas servidas no pão. Visitar a Alemanha sem comer esta deliciosa e típica iguaria é quase um pecado. Então mãos à obra!
A Frankfurt Moderna:
Não era de muito interesse da nossa parte visitarmos arranha-céus em plena Europa. Mas, já que Frankfurt é o mais importante centro financeiro da Europa continental e sede de grandes bancos, nada melhor do que utilizarmos dos ônibus de dois andares, chamados de Sightseeing, que partem em frente à praça. Para maiores informações sobre valores e pontos de parada acesse
aqui.
O Japan Center foi um dos edifícios comerciais que avistamos primeiro. Sua construção corresponde a um clássico design japonês e suas formas geométricas são baseadas nas medidas de um tatame.
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Japan Center |
Logo à frente, a
Main Tower, único arranha-céu de Frankfurt com observatório aberto ao público, onde se pode ter a vista da cidade.
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Main Tower |
As Torres Gêmeas do Deutsche Bank, cada uma apelidada de crédito e débito, compõem o maior banco da Alemanha.
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The Twin Towers |
Em forma de cilindro, o
Westhafen Tower abriga escritórios comerciais
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Westhafen Tower |
Para contrastar, em meio a tanta modernidade, um colírio para nossos olhos é a Hauptbahnhof, principal estação de metrô de Frankfurt.
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O centro financeiro de Frankfurt contrasta com a histórica catedral de São Bartolomeu. |
Chega de modernidade em plena Europa, o que não combina com um continente que respira história e cultura. Descemos do ônibus Sightseeing e fomos direto para a Goethe House, a casa da mais importante personalidade da literatura alemã.
Goethe House:
A
casa de Johann Wolfgang von Goethe traz toda a história do escritor alemão. Foi ali que ele nasceu, em 1749, e cresceu junto com sua irmã Cornelia.
No térreo encontramos a cozinha, a sala azul (de jantar) e o quarto amarelo, onde a mãe de Goethe guardava lembranças que recebia.
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Cozinha |
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Sala Azul |
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Quarto amarelo |
No primeiro andar encontramos a Sala de Música da família Goethe e a Sala Vermelha (chamada também de Peking), utilizada para festas da família e visitas importantes.
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Sala de música |
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Sala Vermelha |
No segundo piso estão a ante-sala e o curioso relógio astronômico, que mostra as fases da lua, a posição do sol e os signos do zodíaco. Encontramos também o quarto onde Goethe nasceu, o quarto de sua irmã Cornélia, a biblioteca e uma galeria de fotos.
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Relógio astronômico |
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Quarto de Cornélia |
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Quarto onde Goethe nasceu |
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Biblioteca |
No terceiro e último andar podemos ver o quarto onde Goethe escreveu seus primeiros trabalhos: poemas, romances, peças de teatro, dramas e muitos outros.
Além dos cômodos originais da casa, existem ainda salas com exposição de imagens de artistas importantes da Alemanha e um museu em estilo moderno.
Ao fim da visita, uma loja oferece diversos
souveniers personalizados do escritor.
Saindo da Casa de Goethe, seguimos em direção à Alte Oper, ou Ópera Antiga. No caminho, o balcão de sanduíches do Steh-cafe foi um convite. Não eram só bonitos como também gostosos.
Passamos também pela rua mais sofisticada de Frankfurt, a
Goethestraße onde se concentram grifes renomadas mundialmente, como Prada, Burberry, Versace, Louis Vuitton, Mont Blanc entre outras.
Mais adiante, a poucos passos, surge a linda
Alte Oper, antiga casa de ópera de Frankfurt, inaugurada em 1880 e bombardeada em 1944, sendo lentamente reconstruída na década de 70. Somente em 1981 foi reaberta e hoje funciona como sala de concertos e apresentações e salão de eventos e convenções.
Tentamos entrar para conhecer o interior da Alte Oper, mas estava fechada para evento particular.
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Simpático café ao lado da Antiga Ópera |
Em frente, a praça conhecida como Opernplatz (Praça da Ópera) contrasta com os modernos edifícios da Frankfurt atual.
Logo ao lado, começa a rua mais apaixonante de Frankfurt, a Freßgass, onde concentram cafés, restaurantes e lojas como Swarovski e L'occitane. Mesas sob ombrelones, árvores, vasos de flores e pessoas bem vestidas, sentadas ou transitando, fazem desta rua um charme à parte na cidade alemã.
Não nos contivemos e entramos na Meyer, uma espécie de padaria-chique, tipo
delicatessen. No balcão, muitos tipos de salsicha, presuntos e frios. Ao fundo, pães dos mais diversos sabores e formatos. Selecionamos alguns itens e ali sentamos para apreciar. E, claro, champagne não poderia faltar.
Depois de saborear as delícias da Meyer fomos em direção ao mercado Kleinmarkthalle. No caminho, seguindo pela rua Steinweg, um homem tocava música clássica em seu violino, que soou como um sussurro gostoso aos nossos ouvidos. E, por acaso, nas ruas do Brasil deparamos com isso? Ficamos ali por alguns minutos, o suficiente para ganharmos o dia.
Mais à frente, passamos pela igreja St. Katharinenkirche, reconstruída em 1950, após a Segunda Guerra.
Ali em frente, um estacionamento de bicicletas chamou atenção. É impressionante a quantidade elevada desse meio de transporte na cidade. Aonde quer que você esteja sempre o encontrará, levando executivos ao trabalho, jovens à escola, pessoas a passeio, e até mesmo idosos.
O mercado Die Kleinmarkthalle:
Kleinmarkthalle é um mercado que vende produtos frescos e caseiros, desde salsichas até sabonetes. Estávamos próximos a ele, quando paramos em uma banca de flores para perguntar a localização. E não é que encontramos estes lindos girassóis?
Chegando ao mercado, organização foi a palavra que encontrei para qualificá-lo. A exposição dos produtos de forma organizada e chamativa me deu vontade de levar tudo para casa. As bancas de massas, frutas, pães, sabonetes e salsichas foram as que mais nos chamaram atenção. Compramos um pouco do cheirinho de Marseille (cidade da França que produz os melhores sabonetes) e algumas frutas (morangos e framboesas). Os morangos eram pequeninos e muito doces, demostrando pureza e nada de remédios para acelerarem seu crescimento.
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O mercado visto do segundo andar |
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Massas |
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Frutas fresquinhas |
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Banca de sabonetes de Marseille e outros cosméticos franceses |
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Pães variados |
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Salsichas de todos os tipos |
E, finalmente, voltamos para o hotel. Passamos novamente em frente à Zeil, uma das ruas mais movimentadas de Frankfurt, desta vez no horário de pico, quando todos saíam do trabalho. Happy hour é comum nos restaurantes e bares, alguns em forma de container, localizados no centro da Zeil.
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Fachada do shopping My Zeil |
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Parte da rua Zeil, somente para pedestres |
Não, nosso dia não havia terminado. Ficamos no hotel tempo suficiente para um descanso, e poucas horas depois já estávamos na
Apfelwein Wagner para uma noite típica alemã. Claro, estava curiosíssima para experimentar o famoso vinho de maçã, servido na jarra ou em copo individual. Pedimos um copo para cada. Ao tomar o primeiro gole, decepção total. Horrível! O gosto parecia de cerveja choca, sem gás, misturada com alguma outra coisa menos maçã. Eu e Túlio nos sentimos peixes fora d'água, já que em todas as mesas jarras e mais jarras da bebida eram servidas. Todos apreciavam como se fosse o melhor vinho do mundo, inclusive dois casais de idosos que dividiram a mesa (coletiva) conosco.
Abandonei meu copo, mas Túlio tomou quase tudo, mesmo não gostando. Para jantar pedimos o clássico: salsichas, repolho (chucrute) e purê de batatas. Adoramos. Obviamente, as salsichas eram totalmente diferentes das que comemos no Brasil. Um gosto único.
Para a sobremesa, o tradicional apfelstrudel. A mais perfeita que já comi. Nunca vi nada igual...Macia, suculenta, com um creme de baunilha divino. Não tenho palavras.
E assim fechamos nossa rápida, mas intensa visita a Frankfurt, uma cidade surpreendente, histórica, moderna e descontraída ao mesmo tempo.
No dia seguinte seguimos de táxi até o aeroporto. Nada de metrô. Conforto em primeiro lugar para quem está de lua de mel. O destino era Dubai. Aguardem cenas deste capítulo das arábias!
Até lá!
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