48 horas em Lisboa

Olá queridos leitores e viajantes! O tema de hoje é a capital do país conhecido como porta de entrada para a Europa. Lisboa, ora pois! Cidade que canta, encanta. Foi ela que me deu boas-vindas ao continente europeu, mas sem aquele contraste absurdo entre Europa e Brasil porque Portugal tem lá suas semelhanças com nossas terras, a começar pelo idioma. Me senti um pouco em casa, como se fosse filha dali. Foi aquela sensação mesmo de ter nossas origens em terras portuguesas. 

O que mais me encantou foi a gastronomia, a arquitetura e os monumentos relacionados ao descobrimento do Brasil. Sim, acho que todo brasileiro deve conhecer o país que descobriu nosso território e que trouxe para cá um bocado de influências culturais e até mesmo arquitetônicas.

Hospedamos no hotel Jorge V, que, apesar de simples, não tenho nada a reclamar. O atendimento é bom, os quartos suficientes para uma hospedagem rápida e o café da manhã razoável. O preço e a localização são os pontos fortes, bem perto da avenida da Liberdade, uma das principais da cidade. 

1º dia:

O primeiro dia foi marcado por grandes atrações: Castelo de São Jorge, Miradouro de Santa Luzia, Catedral da Sé, Praça do Comércio, Elevador de Santa Justa, Praça Dom Pedro IV, Café Nicola e, para finalizar, jantar no Volver by Chakall. Foi um dia e tanto.

Castelo de São Jorge: 

O Castelo de São Jorge é lindo e bem interessante não somente pela história, mas também pela deslumbrante vista que temos da cidade. Construído no século XI por muçulmanos, o castelo está localizado na antiga cidade medieval e servia de reduto de defesa para a elite. Posteriormente, serviu de local para festas e recepção de personagens importantes. Mais tarde, adquiriu caráter militar.

Local próximo à bilheteria




Antes de entrarmos no castelo, fomos presenteados com essa linda vista de Lisboa sobre o rio Tejo.






O Castelo está aberto todos os dias de 09:00 às 18:00 hs no inverno, e de 09:00 às 21:00 hs no verão. Para refeições há o restaurante Casa do Leão, localizado dentro das muralhas do castelo, onde ficaram presos leões vindos da África, no século XV, e o Café do Castelo. 

Miradouro de Santa Luzia:


No alto da colina onde está o castelo de São Jorge, encontramos o Miradouro de Santa Luzia, de onde podemos ver o rio Tejo e o famoso e antigo bairro Alfama.



Logo em frente, após apreciarmos do miradouro a vista panorâmica, pegamos um dos típicos bondes e descemos até a Catedral da Sé.



Catedral da Sé:

Também chamada de Igreja de Santa Maria Maior, a catedral possui estilos arquitetônicos misturados em decorrência de várias obras para sua reconstrução. É um monumento antigo de Lisboa e teve sua construção iniciada no século XII. 

Entre os tesouros que esta igreja guarda estão a pia onde Santo Antônio de Lisboa foi batizado, a arca onde estão os restos mortais de São Vicente, o padroeiro da cidade, escavações arqueológicas e vestígios da era romana.







Elevador de Santa Justa:


Da Sé fomos até o elevador de Santa Justa, que liga a Rua do Ouro e o largo do Carmo. Com 45 metros de altura, o meio de transporte leva até um terraço de onde podemos apreciar a bela vista da cidade. Os horários de funcionamento são de 07:00 hs às 22:00 hs (inverno) e de 07:00 às 23:00 hs (verão). Mais informações aqui. Valor: 5 euros, incluindo 2 viagens e acesso ao mirante.

Elevador de Santa Justa
Terraço

Arco Triunfal da Rua Augusta e Praça do Comércio:  

A Rua Augusta é uma das ruas animadas e movimentadas de Lisboa (da cidade baixa), onde estão restaurantes charmosos e suas mesas na típica calçada portuguesa, além de várias lojas. A via tem início no Arco Triunfal e termina na praça Dom Pedro IV. O arco exibe estátuas de Vasco da Gama e Marquês de Pombal. É possível também subir ao topo do monumento, de onde temos uma vista de 360 º. 

Ao atravessarmos o arco, encontramos a ampla Praça do Comércio, também chamada de Terreiro do Paço em decorrência do palácio que existiu no local por 400 anos. É nesta praça que está o Martinho da Arcada, o mais antigo café de Lisboa.


Arco Triunfal da Rua Augusta, clicado a partir da Praça do Comércio
Arquitetura na rua Augusta

Praça Dom Pedro IV e Café Nicola: 

É na Praça Dom Pedro IV, chamada de Rossio, que a rua Augusta termina e onde encontramos o tradicional Café Nicola e a Pastelaria Suíça.

Fonte na praça e, ao fundo, a estátua de Dom Pedro IV, o primeiro imperador do Brasil
Capuccino no Café Nicola

Jantar no Volver by Chakall

Chakall era o proprietário e chef argentino do restaurante. As carnes se destacavam, mas também eram servidos risotos, polvo, bacalhau e empanadas. Fomos no dia em que estava acontecendo o Restaurant Week de Lisboa, e posso dizer que a qualidade e o atendimento foram impecáveis, mesmo com a correria do evento, diferentemente dos restaurantes daqui do Brasil, que pecam muito em todos os quesitos nessa época.

Em 2015, o restaurante foi vendido e passou a ter o nome de Volver de Carne y Alma, permanecendo as carnes como forte da casa.

Polvo grelhado com legumes, saladas e purê

Ravioli divino com molho de amêndoas

Sobremesa com frutas vermelhas

2º dia:

No segundo dia o tempo já não era de sol como no primeiro. Pegamos chuva fina e muita ventania, mas valeu cada passo. Iniciamos nosso tour pelo bairro de Belém, onde visitamos primeiramente a Torre de Belém e Padrão do Descobrimento. Depois atravessamos a Av. Brasília e fomos ao encontro do Mosteiro dos Jerônimos e aos famosos e desejados Pastéis de Belém. Mais tarde, uma passadinha no Café a Brasileira, localizado no bairro Chiado. A noite a pedida foi o Sr. do Vinho, onde comemos bacalhau ao som de uma apresentação de Fado.

Torre de Belém:

A belíssima torre foi construída para a defesa da barra de Lisboa, durante o reinado de D. Manuel I, e também em homenagem a São Vicente, padroeiro da cidade. Considerada patrimônio cultural da humanidade pela UNESCO, a torre tem acesso através de uma ponte e uma imponente porta de guilhotina, cujo objetivo antigamente era de dificultar a entrada de invasores.

O primeiro ambiente a conhecer é o Baluarte, onde ficam 17 canhões e uma parte serviu como masmorra. Subimos até o Terraço da Torre, onde tivemos uma bela vista das margens do Tejo e de todo bairro de Belém.

Mais informações aqui. Horários de funcionamento: maio a setembro das 10: 00 hs às 18:30 hs, outubro a abril das 10:00 hs às 17:30 hs.




Após a visita à Torre de Belém, a dica é almoçar no restaurante e wine bar Feitoria, que este ano ganhou 1 estrela do Michelin.

Padrão dos Descobrimentos:

Bem próximo dali encontramos o Padrão dos Descobrimentos. Com 56 metros de altura, para evocar a expansão marinha portuguesa e seus descobrimentos, o monumento foi criado em 1940 e em 1985 inaugurado como Centro Cultural das Descobertas. D. Henrique foi quem impulsionou as descobertas e por isso é figura principal retratada ali, juntamente com 32 personalidades, como Vasco da Gama e Pedro Álvares Cabral.

Localiza-se na Av. Brasília, em frente ao rio Tejo. Horário de funcionamento das 10:00 hs às 19:00 hs, exceto no inverno, quando fecha uma hora mais cedo. Mais informações no site.




Mosteiro dos Jerônimos:

Do outro lado da av. Brasília encontramos o imponente Mosteiro dos Jerônimos, considerado pela UNESCO como Patrimônio Cultural da Humanidade. Lá estão as sepulturas de personalidades, reis e poetas, como o ilustre Fernando Pessoa e o introdutor do Romantismo em Portugal, Alexandre Herculano. O corpo do primeiro localiza-se no Claustro e do segundo na Sala do Capítulo. Já no sob-coro da igreja, dentro do Mosteiro, estão os restos mortais de Vasco da Gama, do poeta Luís de Camões e de D. Manuel I, o fundador do Mosteiro.

O Mosteiro foi dedicado à Virgem de Belém e erguido por D. Manuel I. Este escolheu os monges da ordem de São Jerônimo para ocuparam o local e exercerem várias funções, entre elas rezar e dar assistência espiritual aos navegadores. E assim foi por centenas de anos

Horário de funcionamento: de outubro  abril das 10:00 às 17:30 hs e de maio a setembro das às 18:30. Última entrada 30 minutos antes do fechamento.




Pastéis de Belém:

Você vai encontrar muitos pasteizinhos por toda Lisboa, mas estes aqui, pertinho do Mosteiro dos Jerônimos, são os originais (1837) e mais gostosos do mundo. São crocantes, docinhos e cremosos, feitos à base de nata e gemas de ovos. É só polvilhar açúcar e canela por cima e saborear a iguaria portuguesa.




Produção dos pastéis

Bairro Chiado e o Café a Brasileira:

De Belém fomos ao Chiado, um dos bairros mais significativos e históricos de Lisboa. É mais prático chegar até lá após subir o elevador de Santa Justa. Aprecie a vista do terraço, faça uma caminhada sem pressa pela região até encontrar o Café a Brasileira, um dos lugares frequentados por Fernando Pessoa, homenageado ali com sua estátua de bronze. 


Pelas ruas de Chiado
Pose em bronze de Fernando Pessoa no café A Brasileira




Fado e bacalhau no Sr. Vinho:  

Sr. Vinho é um restaurante típico da cidade, fundado a quase 40 anos e localizado na Lapa, onde comemos bacalhau e assistimos Fado. Durante o espetáculo estão proibidas máquinas fotográficas e filmadoras. Os garçons somente circulam durante os intervalos. É uma experiência inusitada porque nunca havia presenciado um show de fado, mas bem interessante para quem visita Lisboa pela primeira vez. O prato de bacalhau com cebolas caramelizadas por cima e batatas estava muito bom.

Atenção, não esqueçam de fazer reserva.




E foi assim que fechamos nossa estadia em Lisboa, uma cidade linda, interessante e cheia de surpresas. 

Até a próxima!

B.Jus


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Participe do blog e deixe seu registro!